Judaismo! - Ajarei Mot - Kedoshim
Ajarei Mot - Kedoshim
8 de Iyar 5759; 24 Abril 1999
Resumo da Parashá
Conteúdo
ACHAREI MOT
Hashem instrui os kohanim para tomarem muito cuidado ao entrar no Mishkan. Em Yom Kipur, o Kohen Gadol entra na parte mais sagrada do Mishkan após preparações especiais e usando roupas específicas. Ele consagra oferendas que são especiais para Yom Kipur, incluindo as duas cabras idênticas que são designadas através de sorteio. Uma é "para Hashem" e é oferecida no Templo, enquanto que a outra é "para Azalzel" no deserto. A Torah indica as obrigações específicas do indivíduo para Yom Kipur, no décimo dia do sétimo mês: restrições físicas como comer, beber, consagrar, usar calçados de couro, se lavar, e relações íntimas.
Consumir sangue é proibido. O sangue de pássaros abatidos e animais não domesticados tem que ser coberto. O povo é prevenido de não se envolver nas práticas pecaminosas que eram comuns no Egito. Incesto é definido e proibido. Relações matrimoniais são proibidas no período mensal do ciclo da mulher. Homossexualidade, bestialidade e sacrifício de crianças é proibido. O povo é instruido para não se corromper com essa proibições para poder merecer entrada na Terra de Israel.
KDOSHIM
A nação recebe o mandamento de ser sagrada. Muitas proibições e mandamentos positivos são ensinados:
Proibições: idolatria, comer oferendas após o período estipulado, roubo e assalto, negação de assalto, falso juramentos, retenção de propriedade alheia, atrasar pagamento de empregados, bater e amaldiçoar um judeu (especialmente os próprios pais), dizer calúnias, colocar empecilhos físicos e espirituais, perversão de justiça, não agir quando outros estão em perigo, embarassar, vingança, guardar rancor, cruzamento de espécies diferentes, usar vestimenta feita de lã e linho, colher uma árvore nos três primeiros anos, gulodice e intoxicação, feitiçaria, raspar a barba e costeletas, tatoagem.
Positivos: Temer e respeitar os pais e idosos, deixar parte da colheita para os pobres, amar a outros (especialmente convertidos), comer em Jerusalém frutas do quarto ano da árvore, temer o Templo, respeitar Rabinos, cegos e surdos.
Vida em família tem que ser sagrada. Nós somos prevenidos a não imitar o comportamento dos gentios, para não perder a Terra de Israel. Nós temos que cumprir kashrut, e portanto manter nosso status especial e separado.
Comentário da Parashá
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Vingança e Resentimento
"Você não deve se vingar e guardar rancor..." (19:18)
Você acorda sorrindo. É ótimo estar vivo. Outro dia. Outro presente. Ao sair de casa, você encontra um vizinho. "Bom dia, Zé!", você diz com simpatia. "Qual é a razão para tanta felicidade?", ele responde, entra no carro e vai embora. Você tenta sorrir novamente, mas agora surge uma certa negatividade que não existia antes.
A Torah nos proibe vingança: você pede emprestado para seu vizinho o gravador e ele te nega. Na próxima semana ele quer sua torradeira. Você não pode recusar simplesmente porque ele te negou anteriormente. Isso é vingança. Você não pode nem dizer: "É claro, você pode pegar emprestada minha torradeira - eu não sou como você; eu empresto minhas coisas". A Torah categoricamente chama isso de guradar rancor.
Mas surge uma pergunta: se eu não posso me vingar ao recusar emprestar minha torradeira, a Torah também não deve proibir meu "amigo" de recusar me emprestar seu gravador? Pois ele iniciou a tensão. Se não fosse por ele não emprestar seu gravador, nada teria acontecido.
Aquele que recusa emprestar suas possessões pode não ser o melhor dos amigos, mas a Torah não considera mesquinharia uma ofensa. Mas a Torah se preocupa que tal egoísmo cause raiva, que sua característica negativa aborreça a generosidade natural do seu vizinho, tranformando generosidade em raiva. Isso não pode ocorrer. Portanto a Torah nos diz para superar tal reação e deixar que a amizade prevaleça.
Quando seu vizinho responde sua saudação com um olhar que poderia "congelar fogo", não deixe que ele controle sua vida. Continue sorrindo. Não deixe que o comportamento de outros determine quem você é.
Ao Contrário
"E ele (Aharon) colocará incenso no fogo frente à Hashem" (16:13)
A Mishna Torah é sem díuvida o trabalho mais grandioso de Maimonedes. Ela detalha com precisão todos os aspectos da vida judaica. Como é uma obra de halacha (Lei Judaica), poderíamos pensar que uma história não seria apropriada. Porém, na seção que aborda o serviço de Yom Kipur no Beit HaMikdash, Maimonedes parece se desviar da exatidão eterna da halacha para descrever uma cena comovente:
O Kohen Gadol, precedendo o serviço de Yom Kipur, era obrigado a jurar executar o ritual exatamente como foi instruido. Especialmente de acordo com a Torah Oral, ele tinha que prometer só queimar incenso dentro do Sagrado dos Sagrados. Os Saduceus, que negavam a autoridade da Torah Oral, alegaram que o incenso deveria ser colocado em um recipiente fora do Sagrado dos Sagrados.Os Anciões faziam com que o Kohen Gadol jurasse não efetuar o serviço como os Saduceus.
Consequentemente, tanto o Kohen Gadol e os sábios se afastavam e choravam. O Kohen Gadol porque eles suspeitavam que ele era um Saduceu. E os Anciões porque não havia razão para que suspeitassem dele.
Porque Maimonedes escolheu mencionar essa descrição trágica em um livro sobre halacha prática?
Para responder a pergunta é necessário entender as origens desta cerimônia. Num dado ano os Saduceus proporam um acordo. Eles sugeriram que pela paz e união, o Kohen Gadol deveria acender o incenso fora do Sagrado dos Sagrados.
Oque poderia ser melhor do que isso? Todos ficariam felizes! Cumpra Judaísmo da sua forma, e eu cumprirei também como eu quiser.
Os Rabinos estavam uma situação difícil. Aceitar essa oferta seria acresecentar uma mitzva á Torah, oque é claramente proibido; mas recusar seria uma indiferença a união do Povo Judeu.
Os Rabinos não tiveram outra escolha, tiveram que negar. Mas a que preço! E com o coração pesado, pois sabiam que seriam considerados inflexíveis e indiferentes.
Ás vezes, aqueles que preservam a Torah tem que tomar decisões que na esfera pública não é bem aceita. Mas eles não tem escolha. Eles estão protegendo o mais precioso tesouro do mundo - um tesouro que nunca deve ser corrompido ou adulterado. Mas com o coração pesado, pois sabem á que preço suas deceisões são tomadas.
Quando os guardiões da Torah mantém sua posição firme e dizem não, eles o fazem com lágrimas em seus olhos.
Maimonedes incluiu o incidente dos Anciões chorando como halacha para todos os tempos. Em todas as gerações o Povo Judeu tem seus "Saduceus". Mas em todas as gerações os defendedores da Torah tem que chorar ao dizer "Não".
Abismo
"Não imite os hábitos da terra do Egito aonde você viveu..." (18:3)
Um grupo de pessoas vive no topo de uma montanha cujo final é um abismo de milhares de metros. Alguém, com iniciativa própria, constroi uma cerca de segurança para evitar que quem chegue perto do final do abismo caia acidentalmente. Alguém reclamaria que a cerca limita sua liberdade de movimento ao prevenir que alguém caia e morra?
Aqueles que não entendem o significado verdadeiro da legislação rabínica protestam que os sábios restringem saus vidas com proibições desnecessárias. Mas aquele que entende a gravidade de transgredir a lei da Torah - as consequencias devastadoras na neshama (alma), na nossa vida eterna, e no mundo em geral - se sente muito mais seguro sabendo que existem barreiras que lhe previnem declinar espiritualmente.
Haftara
Amos 9, 7-15
Conteúdo
NO INTERIOR DA FAZENDA
"Note - dias estão vindo - as palavras de Hashem - quando o arador encontrará o colhedor..." (Amos 9:13)
Um morador da cidade, que nunca esteve fora da metrópole, um dia se encontrou na fazenda, observando um fazendeiro arando a terra e plantando sementes nos sulcos. Ele pensou que alguém certamente precisava de ajuda psiquiátrica urgente. O fazendeiro estava enterrando na terra grãos saudáveis para que apodreçam! O morador da cidade saiu, e retornou em seguida para a metrópole. Se ele tivesse ficado lá mais tempo, ele teria testemunhado que cada semente podre tinha se se tornado espigas de trigo fartas e seus grãos colhidos foram suficientes para um ano inteiro. Se ele tivesse ficado lá mais tempo, ele teria certamente entendido que todo o arado e a semeação tinham propósito, e não teria pensado de forma alguma que o fazendeiro era louco. Porém, como o morador da cidade retornou para a metrópole, ele não entendeu o motivo das ações do fazendeiro.
Hoje em dia, nós olhamos para o mundo ao nosso redor e vemos os pecadores prosperando e os justos sofrendo. Porém, nós vemos somente o princípio do processo, e não seu término e próposito. No futuro, haverá uma revelação completa da Providência Divina guiando o mundo, e então entenderemos o sentido de cada evento, ainda que tenham parecido ilógicos e injustos. O "arado" será visto com a perspectivas do "colhedor" - "... quando o arador encontrará o colhedor..."









