Nitzavim

28 de Elul 5758; 19 de Setembro 1998

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No seu último dia de vida, Moshe reune todo o povo, jovens e velhos, inferiores e exaltados, homens e mulheres numa iniciação final. O pacto não inclui somente aqueles que estão presentes, mas também gerações ainda não nascidas. Moshe alerta a população novamente para evitarem idolatria, pois apesar de terem presenciado as abominações do Egito, eles terão sempre tentações de experimentar filosofias de outras nações como pretexto de imoralidade.

Moshe descreve a desolação da Terra de Israel que resultará do não cumprimento das mitzvot de Hashem. Ambos seus descendentes e estrangeiros comentarão sobre a desolação da Terra e sua aparente infertilidade de semear e produzir safras. A conclusão será óbvia para todos - o Povo Judeu se afastou Daquele que os protege para servir à ídolos que não podem fazer nada. Porém, Moshe promete que o povo eventualmente se arrependerá depois das bençãos e punições forem cumpridas. Independente do quanto se assimilarem, eventualmente Hashem os trará de volta para Eretz Ysrael. Moshe diz para que eles se lembrem que a Torah não é uma possibilidade remota, mas seu cumprimento é acessível a todos os Judeus. A Parasha conclui com uma escolha dramática entre vida e morte. Moshe exorta o povo para escolher a vida.

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A face escondida

"Minha raiva será direcionada contra ele naquele dia e eu os abandonarei; e eu esconderei Minha face deles e eles serão vítimas... Ele dirá naquele dia 'Não é porque meu D-us não está comigo que eu tenho tido essas disgraças' ". (31:17)

Quando o Povo Judeu sofre tragédias, poderiamos pensar que Hashem nos abandonou para nossos inimigos. Devemos lembrar desse verso quando somos perseguidos por aqueles que querem nos destruir, eles parecem indestrutíveis enquanto que nós parecemos frágeis, e eles nos atacam da manhã até a noite,.

Hashem nunca nos abandonará; mas nós sentimos que Ele nos deixou porque "Ele escondeu Sua face". Quando Hashem "esconde Sua face" isso significa que não podemos perceber que Ele controla eventos. Parece que existe caos. É claro que nada acontece sem Seu édito. O decreto de cada evento deste ano foi selado no último Yom Kipur: "Quem viverá e quem morrerá...".

E se nós analisarmos os acontecimentos, ainda que não possamos ver a "face" de Hashem podemos pelo menos discernir "suas costas". Em outra palavras, podemos perceber sinais da presença Divina na História.

Ás vezes sentimos que desapontamos tanto a Hashem, que não existe nenhuma forma de reparação. Porém, devemos lembrar que Ele sempre está por trás de tudo, esperando nosso retorno através de reza e tshuva (arrependimento).

Raiz e Ramos

"Não somente com você eu selo esse pacto... mas também com todos que não estão aqui" (29:13-14)

Quando o Povo Judeu aceitou a Torah no Monte Sinai, eles aceitaram não somente para si mesmos, mas também pelos seus descendentes até o final dos dias.

Alguém poderia perguntar: " Que direito eles tinham de me obrigar a cumprir a Torah? Se eles quizessem cumpri-la, tudo bem! Mas porque eu também tenho que cumpri-la?".

Olhe para uma árvore nova que ainda não tem ramos. Cada galho que crescerá da árvore será parte dela. Os ramos não são independentes da árvore. Se não fosse pela árvore, não existiriam galhos, e ainda que eles ainda não tenham aparecido, eles já são parte da árvore. De forma semelhante, todo Judeu é membro de uma árvore que é o Povo Judeu. Todos nós somos incluidos no recebimento da Torah porque nosso potencial de existência já havia sido originado em nosso ancestrais.

Portanto, como nossos ancestrais aceitaram a Torah, é como se nós a tivessemos aceitado.

Existe também um conceito místico de que toda alma Judia que viveria "esteve" no Monte Sinai de forma espiritual e aceitou a Torah. Então, na realidade todos os indivíduos estiveram lá.

A Velocidade do Pensamento

"Pois esse mandamento que eu estou te comandando hoje, não está escondido de você... não está nos céus... nem no mar... pois está bem perto de você, na sua boca e no seu coração para ser cumprido". (30:11-14)

A Torah nos diz que esse mandamento não está no mar; mas está na sua boca e no seu coração para ser cumprido.

Em outras palavras, alguém poderia ter pensado que está no mar.

Como é possível que algo tão próximo da boca e do coração poderia estar tÃo longe como nos céus ou no mar?

O homem tem dois elementos opostos, corpo e alma. Se nossa neshama, alma, direcionar o corpo, podemos atingir um nível mais alto do que os anjos. Mas se por outro lado, deixamos que nosso corpo domine nosso lado espiritual nós nos comportamos como animais.

Pois assim como um animal não tem sabedoria e discernimento intelectual, preferindo feno, palha ou algo semelhante, também aquele que se concentra em materialismo não aprecia valores espirituais. Portanto o homem é uma mistura de dois elementos tão distintos como os céus e a terra.

Isso é oque a Torah está nos ensinando no verso acima. Quando a pessoa negligencia a grandeza do mundo espiritual, esse mundo é afastado dele - literalmente "nos céus". Mas a Torah indica que de fato "está bem perto de você". Portanto, se você deixar o mundo espiritual dominar o físico, então [estará] "na sua boca e no seu coração para ser cumprido".

Essas palavras ilustram o grande potencial humano. Em um segundo, ele pode se elevar ao trazer Torah para sua boca e seu coração, ao aproximar o mais distante do mundo para perto dele. E também em um segundo, um pensamento pode transporta-lo da escuridão para grande claridade; elevando-o para os mais altos níveis. Certamente - "não está escondido de você".

Melhor comportamento

"No final de sete anos... você deverá ler essa Torah diante de todo Israel... os homens, as mulheres e as crianças pequenas". (31:10-12)

Frequentemente vemos pessoas muito afastadas da religião que ao ter que educar seus filhos de repente se tornam muito mais religiosos!

Rashi, comentando sobre o verso acima, indica que a razão das crianças pequenas serem trazidas para a leitura da Torah em Hakel é para "recompensar aqueles que os trazem". Isso implica que o motivo deles serem trazidos não é relacionado com o quanto isso possa influencia-los, mas o quanto isso influenciará seus pais.

Ao querer dar um bom exemplo para seus filhos, os pais cumprirão as mitzvot com mais cuidado, e certamente escutarão o Rei ler a Torah em Hakel.

Haftorah

Yeshaiahu 61:10-63:9

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Nessa última das sete Haftarot de Consolação, o profeta Isaias descreve como no período de Mashiach a terra parecerá florescer e germinar sem nenhum cultivo, da mesma forma Hashem redimirá seu povo e o abençoará com bondade sem nenhuma ação prévia da nação, sem que mereçam. Mas, Hashem nos beneficiará com Sua bondade através de Sua infinita generosidade.

O Targum Yonatan traduz "Para o benefício de Tzion, eu não ficarei calado", significando que não haverá paz no mundo enquanto o Povo Judeu estiver dispersado no exílio.

Nos dias finais, Hashem virá "marcado com sangue da batalha com Esav/Edom/Roma e seu descendete espiritual" para liberar Seu povo e revelar que esteve com eles em todos os exílios, frustrando os planos daqueles que quizeram destrui-los.

"Seja cuidadoso em seu julgamento".
Membros da Grande Congregação
(Avot 1:1)

Nós concluimos as séries de "Comentários da Ética dos pais" com o primeiro conselho de Perkei Avot.

Essa idéia não é somente para juízes. Cada um de nós tem que julgar situações em nossas vidas. Portanto, escritores devem ter cuidado ao julgar oque comunicar e os comentários de leitores desta e de outras colunas do OHRNET são apreciados.

Publicado por Instituições Or Sameach - Departamento Latino-americano
Diretor : Rabino Betzalel Blidstein
Escrito e Recompilado por Rabi Yaakov Asher Sinclair
Editor Responsável: Rabi Moshe Newman
Tradução : Nomi Travis
Produção: Moises Cohen

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